quarta-feira, 11 de junho de 2008

Ser (crente) Brasileiro e suas implicações

Então voou para mim um dos serafins, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; e com a brasa tocou-me a boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniqüidade foi tirada, e perdoado o teu pecado. Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem irá por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim. Isa 6:6 -8

Ilha de Vera Cruz, Terra de Santa Cruz, Brasil. O último nome devido a existir na época grande quantidade de uma árvore de madeira cor de brasa, que tinha diversas aplicações para a época, inclusive como corante de tecidos. O pau Brasil, Ceasalpinea echinata, familia Caeasapinaecea, foi à árvore que deu nome ao Brasil e também o primeiro vegetal explorado de forma biopirata do nosso País, já que saia praticamente de graça e/ou a base de troca por quinquilharias com os indígenas que habitavam a região de sua ocorrência natural.
Todos nós aprendemos sobre isso na escola, a origem do nome Brasil.
Chamo a atenção para o fato de que na Bíblia, as pessoas costumavam ser chamadas pela primeira impressão que davam ou pelo que pareciam ou seriam, tais como Abrão e Abraão (Pai elevado e Pai de uma Multidão), Edom (vermelho), Jacó (suplantador), Israel (aquele que luta com Deus ou príncipe de Deus), etc.

Quando fomos descobertos por Portugal, quando recebemos um nome, também recebemos uma vocação profética.

Ilha de Vera Cruz isto é, Ilha da verdadeira cruz – não é verdade que estamos dispostos a “levar a cruz até por uma coroa a trocar”

Terra de Santa Cruz – é fato – sentimos o desejo de uma vida de santidade aos pés da cruz.
Brasil – cor de brasa – também é verdade – tirados do fogo para tocar o mundo com o Evangelho. Quando Deus pergunta, a Igreja brasileira responde: Eis-me aqui, envia-me a mim.
Embora muitas vezes não nos demos conta disso, vivemos um vigoroso avivamento.
Temos muitos problemas é verdade, mas milhões de pessoas se convertem a Evangelho, milhares de Igrejas são implantadas a cada ano, centenas de milhares de ministros são chamados por Deus.

Isso é bom.

Tem seu lado ruim. É difícil manter a casa limpa no meio de uma reforma ou construção.

Vivemos no meio desse conflito de querer a casa limpa e a construção ainda não estar pronta. Quem já reformou a casa sabe do que estou falando.

Somos como os crentes de Antioquia. Somos missionários e nem sabemos.

At 11:20-21 Havia, porém, entre eles alguns cíprios e cirenenses, os quais, entrando em Antioquia, falaram também aos gregos, anunciando o Senhor Jesus. (21) E a mão do Senhor era com eles, e grande número creu e se converteu ao Senhor.

Foram os crentes de Antioquia que primeiro pregaram aos gregos.

A Igreja brasileira está evangelizando o mundo, não de uma forma muito organizada, é verdade – tudo sai no jeitinho – a conhecida flexibilidade brasileira.

O Evangelho supostamente se espalhou pela perseguição em Jerusalém. Nós também nos espalhamos supostamente pelas dificuldades econômicas do Brasil, a violência, o desemprego.
e de um só fez todas as raças dos homens, para habitarem sobre toda a face da terra, determinando-lhes os tempos já dantes ordenados e os limites da sua habitação; (At 17:26)

Mas na realidade Deus nos criou como nação, para abençoar o mundo com o Evangelho.

Temos todas as “raças de homens” – Deus já criou as condições para que soubéssemos viver em harmonia racial, em tolerância. Fomos ensinados a isso.

Deus estabeleceu nossos limites geográficos e o que era para ser delimitado pelo Tratado de Tordesilhas, pela curiosidade e espírito conquistador (manifesto nas Bandeiras – aquelas excursões dos paulistas à busca de ouro, esmeraldas, etc), se expandiu, alcançando novos limites.
Não podemos fazer o que fizeram nossos antepassados ou predecessores no Brasil: trocar nossa riqueza por quinquilharias.

O Brasil quase perdeu o pau-brasil, símbolo de sua identidade.

A Igreja brasileira tem muito a oferecer.

Somos desorganizados, mas somos dinâmicos e espontâneos.

O brasileiro é bem quisto em todas as partes do mundo, se adapta bem a todas as culturas, é alegre e descontraído, vive um evangelho prático.

E está pregando por aí, mundo afora, sem salário da Igreja ou missão, sem apoio, financeiro, apenas por chamada de Deus, por vocação profética.

A ADHONEP veio para o Brasil e explodiu. A Jocum, idem, Casados para Sempre e Veredas Antigas também.

Já dizia Pero Vaz de Caminha:

Até agora não pudemos ver se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos.
Contudo a terra em si é de muitos bons ares frescos e temperados como os de Entre-Douro e Minho, porque neste tempo de agora assim os achávamos como os de lá. (As águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem!"

Mas com tantas coisas boas, em algumas coisas precisamos melhorar:

Precisamos, como Igrejas organizadas patrocinar missões:

O missionário brasileiro vive quase sempre em grandes apertos financeiros.

Paulo ficaria espantado. Somos um exército que envia soldados (ou não os envia – eles vão) à guerra às suas próprias custas.

Não é isso o que advoga a Palavra de Deus:

Não temos nós direito de comer e de beber? Não temos nós direito de levar conosco esposa crente, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas? Ou será que só eu e Barnabé não temos direito de deixar de trabalhar? Quem jamais vai à guerra à sua própria custa? Quem planta uma vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta um rebanho e não se alimenta do leite do rebanho? (1Co 9:4-7)

Para dizer a verdade são poucos os pastores que vivem do ministério o que também é um erro.
Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que servem ao altar, participam do altar? Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho. (1Co 9:13-14)

Há muitos anos, de inúmeras formas, uma profecia tem corrido o país, e se reproduzido por meio de muitos profetas de Deus:

“O Brasil é um celeiro de missionários”

Fomos chamados a isso. Façamos do Brasil, pátria amada, mas outra é nossa pátria, a celestial.

Não façamos do Brasil uma pátria idolatrada.

Saiamos do nosso arraial, das nossas Igrejas quentinhas como um braseiro e vamos tocar o mundo e purifica-lo pelo Evangelho.

Cumpramos nosso chamado e vocação profética. O trecho a seguir resume tudo o que foi dito:
Por isso também Jesus, para santificar o povo pelo seu próprio sangue, sofreu fora da porta. Saiamos pois a ele fora do arraial, levando o seu opróbrio. Porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a vindoura. (Heb 13:12-14)

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